Parte 3 – Usando as fontes de dados corretas
No segundo artigo da nossa série sobre gerenciamento de identidades e prevenção à fraude, examinamos como a criação de camadas de defesas tecnológicas melhoram o onboarding de clientes. Neste texto, vamos explicar o valor em explorar as fontes de dados corretas, a crescente importância das identidades digitais e o objetivo final do uso de dados: uma visão 360º da identidade do consumidor.
As discussões que estamos levantando nessa série se concentram em uma pergunta retórica: como é possível criar ferramentas contra fraudes do futuro usando a tecnologia do passado?
Nós examinamos uma ampla variedade de melhores práticas do mercado com o objetivo de aproveitar ao máximo as tecnologias de ponta. Este artigo tem como foco evidenciar algumas das novas e poderosas funcionalidades para o uso de dados durante o gerenciamento de identidade e na prevenção à fraude.
O aproveitamento dos dados corretos é extremamente importante na prevenção à fraudes e no gerenciamento de identidades. A expansão inteligente do universo de dados a serem utilizados pode gerar insights mais profundos sobre o comportamento dos consumidores, bem como os riscos envolvidos nessas operações. Essa iniciativa, por sua vez, permite o desenvolvimento de soluções mais poderosas e eficazes para combate à fraude.
Já vimos isso acontecer no setor de crédito, onde o uso de dados alternativos e de tendências se tornou uma prática recomendada devido às vantagens inerentes que eles oferecem na compreensão do risco real de cada consumidor. A introdução de dados de tendência marcou uma mudança disruptiva na maneira como usamos as informações. Agora, podemos enxergar os consumidores com mais detalhes e entender seu comportamento ao longo do tempo, o que permitiu uma melhor tomada de decisão por parte das empresas.
No universo de combate à fraude, os avanços estão seguindo um caminho semelhante, com a incorporação de novos tipos de dados para melhorar significativamente a eficácia. Tradicionalmente, as melhores práticas para esse cenário dependiam exclusivamente de dados off-line para verificação de identidade - principalmente informações de identificação pessoal que aparecem nos cadastros de solicitação e concessão de crédito, como nome, endereço e dados relacionados à previdência social.
A necessidade de dados diferenciados, com objetivo de atender novos consumidores com disponibilidade ao crédito, levou ao surgimento de várias fontes com elementos adicionais do mundo off-line, incluindo informações demográficas, dados eleitorais, registro de automóveis e em empresas de telecomunicações, por exemplo.
Mais recentemente, os dados on-line passaram a contribuir com uma parte cada vez mais poderosa da verificação de identidade. Em um mundo de violações e fácil acesso às informações pessoais por meio de pesquisas no Google, os dados off-line se tornaram relativamente fáceis de se encontrar e menos confiáveis para verificar a identidade de alguém do que no passado, principalmente quando o consumidor com quem você está lidando é invisível nos bancos de dados tradicionais.
Além disso, a convergência maciça e contínua entre o mundo físico e digital está sendo impulsionada pelo crescimento das atividades on-line das pessoas, criando novos e ricos fluxos de dados que podem ser aproveitados para um entendimento mais profundo do consumidor. Esses fatores levaram ao desenvolvimento de identidades digitais, que fornecem uma visão nova e mais ampla de cada indivíduo, aprimorando insights e a eficácia em ações de identificação.
Hoje, vincular dados de identidade on e off-line para fornecer uma visão 360° dos clientes emergiu como o Santo Graal na prevenção à fraude. Ao combinar extensos conjuntos de dados on-line e off-line e utilizar tecnologias inovadoras, uma nova abordagem de identidade digital é criada e permite gerar grandes melhorias na habilidade de detecção e prevenção à fraude
Hoje, vincular dados de identidade on e off-line para fornecer visão 360° dos clientes emergiu como o Santo Graal na prevenção à fraude.
Em um estudo recente da Forrester, menos de 25% de todas as empresas pesquisadas disseram estar completamente satisfeitas com suas soluções atuais de detecção e prevenção à fraude1. A qualidade e a precisão dos dados que as organizações usam para criar suas soluções é uma das razões para esse resultado.
Como mencionado, as seguradoras e instituições financeiras tradicionalmente contam com informações de identificação pessoal e de crédito para verificação e combate à fraude. Porém, esses dados fornecem apenas uma visão estática das informações do consumidor, o que torna essas companhias altamente propensas a ataques de hackers, controle de contas e outras fraudes.
Recorrer a dados alternativos e de tendências para criar identidades digitais, com uma visão mais ampla, é fundamental para superar esses e outros desafios. Galileu não resolveu o movimento planetário olhando para metade do céu. Para avaliar melhor o comportamento, você precisa considerar um universo completo de informações, a exemplo de Sherlock Holmes. As identidades digitais complementam uma base de dados off-line tradicional, colocando em camadas diversos dados, incluindo e-mail, telefone, localização, biometria e informações de comportamento, adicionando importantes recursos dinâmicos e contextualizados. Isso resulta em uma visão mais rica sobre mudanças de comportamentos, além de ambientes e proteções mais fortes para cadastro e acesso a contas.
As identidades digitais são a chave para se manter relevante no mundo digital e em rápida evolução que vivemos hoje e para criar experiências de usuários efetivas e sem atritos.
As soluções que podem alavancar efetivamente grandes quantidades de dados on-line e off-line de diferentes mercados - sejam dados de identificação eleitoral, dados de registro de veículos, dados de dispositivos conectados etc. - têm fortes vantagens estratégicas, pois podem validar a identidade do usuário rapidamente com processos relevantes e sem atrito. Quando as instituições reconhecem seus "bons" clientes, podem aprová-los rapidamente, criando uma melhor experiência.
Para se protegerem no momento em que uma identidade suspeita é detectada, os credores podem exigir que o consumidor inclua mais informações ou que passe por etapas adicionais de verificação antes de ser aprovado. Frequentemente, os fraudadores buscam aprovações rápidas e serão impedidos por esses obstáculos adicionais.
Já os credores que podem verificar rapidamente os consumidores, fornecer soluções para tornar o processo mais transparente e reduzir o atrito nas operações. Podem converter mais aquisições, oferecendo um diferencial competitivo na era do “consumidor em primeiro lugar”. A autenticação passiva pode atender aos requisitos de medidas de segurança sem sobrecarregar o usuário e, quanto mais alto o risco percebido da transação, mais claras serão as etapas de verificações. Esse equilíbrio é de importância crucial e todas as iniciativas têm como objetivo dificultar que os fraudadores adulterem ou contornem as verificações.
As identidades digitais incluem uma nova ferramenta interessante: dados do dispositivo. Os dados e a inteligência de dispositivos estão rapidamente se tornando um verdadeiro fator de mudança, pois oferecem métodos avançados de análises projetados para a era digital de hoje.
Essa tecnologia pode avaliar, imediatamente, telefones celulares, laptops e qualquer dispositivo conectado à internet e determinar se ele foi usado para cometer alguma fraude, ou se exibe um comportamento anormal. É possível determinar a reputação do dispositivo, bem como associações de dispositivos ocultos, ajudando a identificar maus usuários trabalhando juntos. Isso permite o bloqueio de transações em tempo real, mantendo a sustentabilidade dos negócios à frente dos riscos.
A integração da inteligência do dispositivo com outras táticas e ferramentas de prevenção à fraude ajuda a garantir que, se um mecanismo falhar durante a capturar atividades fraudulentas do consumidor, outro o fará.
O poder da inteligência de dispositivos é amplificado pelas redes globais. Os analistas de fraude podem compartilhar a reputação do dispositivo com todo o mundo. Essa inteligência pode ajudar outras empresas a tomar decisões mais assertivas sobre consumidores. Assim, as empresas podem se beneficiar de milhares de recursos, ferramentas e experiências adicionais, sem aumentar o investimento inicial em detecção de fraudes.
Estratégias de prevenção à fraude e gerenciamento de identidade que integram a inteligência de dispositivos também estão facilitando o equilíbrio entre o cumprimento de normas regulatórias e a experiência positiva do usuário. Na União Europeia, por exemplo, a Diretiva de Serviços de Pagamento (Payment Services Directive - PSD2, em inglês) impacta todas as empresas que processam pagamentos on-line ou fornecem serviços relacionados a contas no Espaço Econômico Europeu (União Europeia, Islândia, Liechtenstein e Noruega). O PSD2 define o que conhecemos por padrões de autenticação forte do cliente, exigindo o uso de dois ou mais dos seguintes métodos de autenticação:
Algo que apenas o usuário conhece (senha ou PIN, por exemplo)
Algo que apenas o usuário possui (chaves de segurança ou tokens, por exemplo)
Algo que identifica exclusivamente o usuário (impressões ou biometria, por exemplo)
Existem exceções para esses padrões, e é aí que brilha o valor da inteligência do dispositivo. Essas soluções são dispensáveis se os sistemas operarem em tempo real e verificarem anomalias no comportamento do usuário durante transações, incluindo:
As tecnologias de inteligência de dispositivo atendem a todos os requisitos de padrão de autenticação e, quando combinadas com funcionalidades de machine learning, que pode prever a probabilidade de atividade fraudulenta, as soluções de dados podem permitir que as empresas reduzam as taxas de fraude e minimizem os obstáculos para os bons consumidores.2
Um ponto final e importante sobre por que a identidade digital é tão promissora: ela não apenas resolve fraudes e possíveis riscos, mas também cria novas oportunidades de crescimento e de oferta de serviços. Um ótimo exemplo é o Aadhaar, na Índia. Esse programa nacional de identificação digital serve como uma plataforma que conecta 1,2 bilhão de pessoas a uma variedade de serviços financeiros.
A iniciativa de identidade digital na Índia é um centro de capacitação no qual o país está construindo um número crescente de serviços, com benefícios diretos para seus cidadãos. Assim, a identidade digital tem um valor excepcionalmente forte no desenvolvimento de mercados onde o histórico de crédito, os documentos de identidade e outras formas tradicionais de identificação não estão disponíveis ou não são amplamente difundidos.
A solução IDVision with iovation da TransUnion oferece uma plataforma completa de soluções para empresas, incluindo camadas de identificação, transmissão e fraude, além de análises e modelos de autenticação aprimorados. Conheça mais sobre a solução e como ela pode impactar nos negócios.
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